“antes de ir para o mar, avio-me em terra”
e por isso mesmo, 4 ou 5 dias antes de voar para Miami decidi enviar um mail para o hotel onde iria estar à chegada à cidade.
A experiência também me tem ensinado que não devemos aceitar tudo o que a agência de viagens nos quer impingir…daí que no programa que comprei, vinha uma parcela de 110 euros referente a “transfers”, o que eu não concordei e não aceitei…
Achei que conseguiria fazer os transferes por minha conta e risco por um preço inferior.
Dá trabalho, eu sei que dá, mas a minha teoria é que “nada cai do céu”, daí que goste destes desafios e por mim mesma, procurar outras formas mais económicas de viajar.
Neste caso revelou-se uma atitude infrutífera, porque chegou a hora de ir para o aeroporto e nenhum resposta obtive do hotel, embora tivesse voltado a insistir com outros mails.
Nada feito, só tive que, ao chegar a Miami procurar um táxi que me levasse ao dito hotel, foram nada mais que 36 dólares…às 21h 30m. Porque se eu tivesse chegado de dia, outro galo cantaria, não me sujeitava a isso, mas noite cerrada num lugar completamente desconhecido e sozinha, as atitudes têm que ser outras…
Seja 2h da manhã ou outra hora qualquer, desde que seja noite cerrada, não é hora para se aterrar em lado nenhum – muito menos onde nunca se esteve – mas foi assim que aconteceu.
Num aeroporto vazio um estrangeiro ainda é mais estrangeiro.
Taxi? …transfer? Shuttle?
Não, não, não e não. Que confusão!
ESTAS SÃO AS 22 ESTAÇÕES DO METRORAIL:
ESTAÇÃO DE BRICKELL onde se faz a passagem para o METROMOVER:
FIM DA LINHA - última estação e regresso ao princípio:
Precisamente à chegada ao hotel vejo diante de mim uma carrinha com o nome do hotel e que trazia vários turistas com a sua bagagem…ok, passei-me.
Ao fazer o check-in tive logo uma conversa com a senhorita antipática e disse-lhe que era inadmissível o que estava a acontecer…
contei-lhe da história do mail e que não obtive qualquer resposta e agora, ali, vejo que existe na realidade uma carrinha que faz o transfer dos seus hóspedes…
ela respondeu-me:
quando chegou ao aeroporto telefonava para nós (hotel) e combinava-se que alguém a iria buscar!
Eu respondi-lhe: pois bem, seria isso que deveriam ter-me dito, na resposta ao mail que enviei para o hotel e fiz-lhe ver que em nada abonava a favor deles estas atitudes…
Check-in feito e remeto-me aos meus aposentos.
No dia seguinte, graças a Deus, na recepção estava um senhor, mais simpático que a dita cuja da noite anterior.
Após tomar o pequeno-almoço, reparo num computador, que me pareceu disponível para os hóspedes do hotel e questiono o senhor da recepção que me disse que podia usá-lo e o acesso à internet era grátis;
boa…fui logo ver os meus mails e, surpresa das surpresas estava a tal resposta do dito hotel que eu esperei 4 dias por ela, assinada por um tal César…
Fui falar com o dito senhor e contei-lhe a minha história, que já tinha contado na noite anterior à outra antipática da recepção e também disse a resposta que a outra me deu…e digo-lhe: quem é o César, que respondeu ao meu mail?
Ele responde: sou eu!
Aproveitei logo, para lhe fazer ver que iria precisar novamente de transfer do hotel para o porto de embarque, no domingo, pois iria fazer um cruzeiro com partida de Miami;
ora pois, aqui o senhor disse-me logo que trataria de tudo e de forma grátis e assim foi.
E mais, perguntou-me se quando terminasse o cruzeiro eu precisava de transfer de novo para regressar ao hotel, muito bem…estaria garantida!
Mas, respondi-lhe que quando regressasse a Miami iria para outro hotel e não para aquele.
À saída do hotel, a caminho do porto de Miami ainda fiz 2 telefonemas do quarto do hotel e o dito senhor não me cobrou dinheiro nenhum, pois ele sabia que estava em falta comigo, por tudo o que tinha acontecido.
Por isso, sempre que eu achar que tenho a razão do meu lado, falarei, reclamarei…mas não me calarei, nunca!
Sexta-feira dia 18 – o dia amanhece com chuva!
Há quem diga que em Miami as chuvas são tropicais…nã…nã…nada disso, naquele dia o céu estava negro e a chuva ia aumentando de intensidade.
Cheia de vontade de ir conhecer a cidade, que fazer?
Todo o dia enfiada no hotel estava fora de questão, perguntei ao dito senhor da recepção qual o transporte e onde o poderia apanhar para ir até à cidade;
resposta pronta:
ao sair do hotel turn left, left again, then right and you’ll see the building!!!
Eheheheheheh…que bela explicação, digo eu de mim para mim, mas que building?
Ok, não vale a pena insistir,
meto-me ao caminho, mochila às costas e guarda-chuva na mão;
faço o que me disse – left, left e depois não me pareceu que deveria virar à direita e segui uns passos em frente, passo por uma moça e faço-lhe a pergunta e na realidade era mesmo à direita e ela voltou a fazer referência ao tal edifício, não deu para perceber nada devido à chuva, mas lá me dirigi para o edifício e fui apalpando terreno e descobri que estava num enorme estacionamento que dá acesso ao Metrorail.
Não há funcionários para perguntar seja o que for…eu e eu sós no mundo!
Vejo um moço a tirar o ticket numa máquina, questiono-o e fiquei a saber como fazer.
Chego ao patamar superior e estou na mesma, vou para a esquerda ou para a direita?
Enfim…a minha intuição levou-me no sentido certo e como chovia copiosamente decidi-me ir até ao fim da linha…e, voltar.
Com o mesmo ticket – 2 dólares – e no regresso decidi descer numa paragem que dava acesso a transferir-me para o Metromover, que é gratuito.
Isto já é o meu trabalho de casa, que o faço antes de todas as viagens; adquiro toda a informação possível por minha própria iniciativa; faço inúmeras horas de pesquisas, vou aos fóruns de viagens e leio opiniões de outros turistas e imprimo, levo comigo carradas de folhas para minha ajuda pessoal.
Resumindo, foi um dia de reconhecimento da cidade para que nos próximos dias eu saiba orientar-me sempre que precisar…e a chuva ia parando em intervalos de 10-15 minutos e voltava com a força toda.
Num desses intervalos, em conversa com uma moça fico a saber que em tal lugar devo descer para ir a um supermercado Publix…assim o fiz;
à saída do Metromover pergunto a duas ladies onde era o Publix e uma delas explicou-me que deveria atravessar a rua, mas a outra adiantou-se e disse logo: venha comigo que eu vou mesmo para lá e assim fiz, fui atrás dela.
Depois das compras feitas eu já sabia como regressar ao Metromover e ao Metrorail, outros 2 dólares e vou para a estação “South Miami” onde desceria para ir para o hotel; aqui o problema era a escuridão, pois às 17h 30m anoitece e já eram 18h 30m, noite cerrada – ir eu sabia ir, mas…sozinha por aquelas estradas escuras e sem ninguém, num lugar desconhecido poderia ter encontros imediatos de 3º grau…
Ok…já aprendi que tenho que fazer parecer que conheço perfeitamente o lugar, não olhar para os lados como se estivesse perdida, cabeça erguida e sempre em frente, podiam pensar: ela é da zona, não uma turista…foi o que fiz e dei-me bem.
As compras que fiz guardadas no meu frigorífico: fruta, iogurtes, sumo, peperoni e presunto para as sandes...and so on...