9 - Março - 2020
PORTINHO DA ARRÁBIDA
Para tirar as dúvidas de que existia este passadiço,
nesta segunda-feira depois de ter uma consulta
médica em SETÚBAL, numa linda tarde de Primavera,
em vez de vir logo para casa, decidi tomar o rumo
da Serra da Arrábida
e cheguei ao PORTINHO DA ARRÁBIDA
mas que aventura... nunca tinha descido aquela
rampa íngreme e estreita!
ali estava eu, feliz por estar no meio da Natureza,
junto ao belo rio Sado
e, na área da minha Serra, o meu refúgio.
esta foto ficará para a posteridade,
visto que aquelas duas torres da antiga central
termoeléctrica da EDP, localizadas nas Praias do Sado,
foram demolidas 20 dias depois e já não existem...
Mas, dali onde eu estava tinha outras vistas bem melhores,
algumas das praias como Galapinhos, que Paz!
de cima do passadiço apontei a máquina para baixo
e foi isto que vi, a água tão límpida e transparente
permitiu-me ver as pedrinhas no fundo, o que me
apetecia mesmo, era descer as escadas,
e ir apanhar algumas destas pedras...
em redor, vários restaurantes juntinho ao rio
lá longe, a minha Serra e os túneis que
ao longo da costa vão acompanhando o recorte
e, a tão conhecida "Pedra da Anicha"
a aventura agora era mais difícil,
subir aquela rampa íngreme e estreita,
mas...concentrei-me e consegui,
o carro quase que toca na rocha da serra...
segui em direcção à Figueirinha e fui observando
o que havia lá em baixo, ao longo das praias
e descobri duas amigas que, felizes,
também procuraram o mesmo que eu,
Paz num lugar paradisíaco!
já quase a chegar à Figueirinha, passo outro túnel
e vou registando o que vejo, ao fundo o rio azul e belo!
devagar, reparei nas lindas pinturas em tons de azul
e, a palavra ARRÁBIDA
razão de muitas idas minhas para aqueles lados!
o último túnel antes da Figueirinha,
este mais antigo que todos os outros
e também com pinturas recentes nas suas paredes
estava quase a terminar a minha aventura...
naquela tarde, antes de ser "obrigada a estar fechada"
em casa, já lá vão 45 dias...que saturação!
Felizes são as aves que têm toda a Liberdade do Mundo.
21 comentários:
A Pedra da Anicha é o ex-libris da Arrábida.
Está a 100 metros da costa, na praia do Portinho da Arrábida
e tem 60 metros de comprimento.
A enorme diversidade biológica que apresenta deve-se aos fundos arenosos sobre os quais assenta.
A cerca de 250 metros da lindissima praia do Portinho da Arrábida
encontra-se um ilhéu de rochedo com 40 metros conhecido como a
Pedra da Anixa, que faz parte da Reserva Natural da Arrábida.
Com uma importância significativa devido à sua vegetação sub-aquática
e mais ainda pela muito variada vida marinha,
até à data mais de 70 espécies foram registadas assim como invertebrados marinhos.
Tal diversidade biológica é devida à composição rica da profundidade do rochedo, rodeado por uma “cama” de areia.
A estrutura complexa sub-aquática, cavidades e plataformas providencia abrigo para os peixes e faz do local privilegiado para mergulho
e desportos sub-aquáticos
Estávamos em 1975 quando Maria do Mar foi passar as suas férias de verão, para casa dos seus avós, em Setúbal.
Os avós de Maria do Mar possuíam uma casa no Portinho da Arrábida.
Quase todos os pescadores sem excepção, tinham construído as suas habitações naquele local, próximo do mar.
O Portinho da Arrábida, é um sítio fascinante para passar férias.
Alem disso, qualquer pessoa sempre podia, acampar perto da praia.
As noites no Portinho, eram muito agradáveis.
Ao fundo, Maria do Mar via as luzes cintilantes e brilhantes da povoação mais próxima.
A calma parecia tomar conta da praia do Monte Branco.
A rapariga decidiu então, fazer uma caminhada pela areia branca e limpinha da praia.
À sua frente, a cerca de um km de distância, rodeada por água,
estava a chamada Pedra da Anicha.
Para muitos, não passa de mais um ilhéu, no centro do oceano.
O acesso à ilha, só é possível de barco, ou então, a nado.
Maria do Mar gostava de um dia, visitar aquela misteriosa ilha.
Dizem os historiadores, que a Pedra da Anicha, à milhares de anos atrás, fazia parte das pedras do Monte Branco, que com o passar dos anos,
foi-se afastando da terra.
Hoje está isolada, tal como se encontra a ilha do pessegueiro,
na bonita Costa Alentejana.
A pequena, caminhava na praia, pela borda de água, mas de vez em quando, tinha de dar uns saltinhos para não ser surpreendida por uma onda mais atrevida. A temperatura da água estava agradável apesar de ser noite.
Foi então que Maria do Mar deu um pontapé em algo que a magoou profundamente num dos seus dedos dos pés. Soltou um pequeno grito de dôr e agachou-se.
Nem queria acreditar que tinha pontapeado uma velha garrafa de aspecto estranho. Apanhou a garrafa e contemplou as suas velhas formas.
Parecia ter qualquer coisa no seu interior.
Afastou-se e procurou a luz de um candeeiro que estava ali próximo,
para ver em mais pormenor, o que estava realmente dentro daquela garrafa.
Foi inacreditável a descoberta de Maria do Mar.
Tinha no seu interior,uma mensagem um pouco estranha.
O papel amarelecido, mais parecia um pergaminho, com as letras muito antigas.
Entusiasmada com a descoberta, foi procurar ajuda ao seu primo mais velho, Álvaro,que era mais entendido em coisas antigas.
Álvaro era bom aluno a história e gostava imenso de coleccionar objectos antigos.
O rapaz ficou muito entusiasmado, quando a sua prima Maria do Mar,lhe mostrou a sua descoberta.
Não foi muito fácil descobrir o que o manuscrito em latim, queria dizer. Após algumas consultas sobre latim, ali estava a tradução do velho papel:
Devolve meu amor
Deus Demónio
Aqui por ti te espero meu único amor.
Foram estas as três frases que os primos acabaram por decifrar.
Mas que mensagem mais estranha pensaram eles.
Mas Álvaro ainda não estava totalmente satisfeito.
Enquanto não descobrisse quem o tinha escrito e a quem se destinava a mensagem, não iria dormir descansado.
Foi então que o rapaz se lembrou do Tio Jaime, que conhecia muitas histórias sobre aquele local.
Meteram-se ambos a caminho.
O Tio Jaime, morava numa velha casa, perto da Casa dos Pilotos a cerca de uma centena de metros, da casa da avó de Maria do Mar.
Quando chegaram, o Homem ainda tinha a luz do candeeiro a petróleo acesa.
Foram então convidados a entrar. A criatura achou muito estranho, alguém procurá-lo àquela hora da noite.
Já na casa dos setenta anos, Jaime parecia ter uma memória de um rapazinho novo. Maria do Mar apressou-se então a mostrar o pequeno pedaço de papel ao velhote. Este ao ver,esboçou um pequeno sorriso.
-Querem saber a lenda da Pedra da Anicha? Não é verdade?
- Perguntou Jaime reparando no brilho dos olhos dos seus dois amigos.
- Adorávamos ! Responderam os dois ao mesmo tempo.
-Pois bem!
A praia do Monte Branco em tempos, era conhecida pelo sítio das Tentações. Dizem que nesse local da praia, um belo dia, um casal de namorados partiu de barco até à Ilha da Anicha para passarem o dia e não mais voltaram.
Nesses tempos na Pedra da Anicha, existiam amoras silvestres,
com sabor a mel.
Lilia, penso que era assim que se chamava a rapariga, deixou que Alexandre subisse ao topo mais alto da ilha, para apanhar as preciosas amoras de mel, ignorando os verdadeiros perigos que os esperavam.
Os mais antigos contavam que ali na Pedra da Anicha, habitava um monstro marinho e que além de se alimentar de peixe e outros crustáceos, gostava muito de amoras.
-Como se chamava o monstro marinho? - Perguntou Maria do Mar não querendo perder nada do que Jaime contava.
- Chamava-se Deus Demónio!- Respondeu o Tio Jaime
-Então isso explica porque razão, o pedaço de papel refere esse nome - Interrompeu Maria do mar.
Jaime continuou o resto da sua história:
Passado uma semana, o corpo da jovem rapariga foi encontrado aqui na praia com vida.
Passaram-se alguns anos sem que ninguém tenha recuperado ou encontrado o corpo de Alexandre. Algumas pessoas incluindo Lilia, acreditaram que o rapaz tivesse sido aprisionado pelo Deus Demónio, apenas por castigo. Outros disseram que Lilia esperançada em recuperar o seu amor, escreveu ao Deus Demónio,
a pedir clemência.
-Será que foi Lilia que escreveu e enviou esta mensagem dentro da garrafa ao Deus Demónio?Questionou pela ultima vez Maria do Mar.
- Com certeza!- Respondeu Jaime.
Ao que se sabe essa garrafa, foi muito procurada durante anos. Muitos historiadores e arqueólogos assim como caçadores de tesouros, andaram por aqui para tentar certificar-se, se a história do Deus Demónio da Pedra da Anicha, existiu de verdade.
(Recordo os tempos da minha adolescência, em quando ia nadar frequentemente até áquele Ilhéu)
Gabriel Reis
Conheço a zona e sei que é uma zona muito bonita. Não conheço todos os locais que as fotos mostram mas conheço alguns. Sou do Distrito de Setúbal, lol
Cuide-se
Que bela aventura e que lindas fotos trouxeste pra nos mostrar e fazer conhecer esse tão lindo pedaço da Terrinha! Adorei! bjs, tudo de bom,chica
Boa noite de esperança, querida amiga Tulipa!
Tão lindo o lugar!
Muito obrigada por postar tais beleza mesmo que sejam para recordar quando podia sair livremente, amiga.
Ainda vai poder fazer inúmeros passeios.
Tenha dias abençoados!
Bjm fraterno e carinhoso de paz e bem
Uma fantástica postagem!
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O que diz o meu olhar
Beijos e uma excelente semana.
Quanto mais tempo passo longe de Portugal mais acho o país LINDO.
Bjs
nao conheço mas gostei mt das fotos obrigada pela partilha bjs saude
Boa tarde Túlipa,
A Arrábida é lindíssima! Conheço bem, apenas o passadiço ainda não estava feito quando lá fui.
As águas são de uma transparência que até apetece ir lá para dentro,))!!
Beijinhos e fique bem.
Ailime
A Serra da Arrábida continua a encerrar mistérios, e o último deles é este passadiço panorâmico que não imaginava que existisse... mas afinal existe mesmo... e ainda há poucas semanas eu estive lá bem perto, mas não desci até à praia.
Possivelmente o passadiço deve estar interdito agora para as pessoas não se aglomerarem lá, tu foste mesmo no limite, mas vamos acreditar que possa voltar tudo ao normal dentro em breve.
Agora, e quanto às fotos, estão com uma perspectiva fenomenal, excelentes, equilibradas e enquadradas.
Ainda por cima registaste situações que não se voltarão a repetir, como aquelas duas torres que entretanto foram demolidas. Possivelmente, se estivesses com mais atenção terias tentado evitar apanhar as torres, mas alguma coisa quis que as tivesses apanhado. Algo tão recente mas já histórico.
Depois, a limpidez das águas. Incrível mesmo aqueles fundos. Também já fiz fotos óptimas naqueles locais. Outra maravilha que se pode fazer - consoante as marés - é fotografar ou filmar as ondas a desfazerem-se nos calhaus redondos. Filmando, o som é transcendental. Tenho isso algures, tenho de procurar.
A Pedra da Anicha é sempre mágica. Faz-me lembrar o tempo em que eu acampava no Portinho e de manhã bem cedinho tinha a sua imagem à frente. Houve uma vez que ainda dei a volta a nado, mas jurei para nunca mais, pois não sou grande nadador.
Depois, aqueles restaurantes, talvez a coisa mais feia do Portinho, mas que já ali estão há muitos anos. Comecei a frequentar o Portinho da Arrábida em meados dos anos 70, e lembro-me bem desses pormenores.
Mas de resto - como muito bem documentas fotograficamente - o verde da vegetação, o azul e a limpidez da água, as areias finas, a paisagem... tudo isso compensa o que possa estar menos bem... o Portinho foi eleita a melhor praia de Portugal, mas é melhor não falar muito nisso, para que as pessoas não invadam o local. Depois, os túneis - construções mais recentes - que só se consegue fotografar em condições ou indo a pé ou nessa altura em que a estrada está aberta e os carros são poucos. Parabéns e obrigado pelo post. E ainda pela informação complementar aqui nos comentários.
Um dos locais que mais gosto e que de uma forma ou de outra acabou por estar sempre presente ao longo dos anos.
Obrigado por tão bela viagem e pelas recordações que esta oferece.
Boa semana
O Parque Natural da Arrábida é um sítio lindo. Não admira o seu ar sereno e descontraído…
Um bom fim de semana.
Um beijo.
Olá, Tulipa!
Grata pela sua visita e comentário no meu blogue.
Os bons momentos, cintura nua e dança árabe que continua, nunca se esquecem e são eles que dão sabor à vida.
Não conheço esta zona, mas fiquei a saber da história da Maria do Mar e da Pedra da Anicha. O tio Jaime foi fundamental para se entenderem mtas coisas.
A História encarrega-se de criar estas lendas, que mto aprecio.
As fotos que tirou, estão como sempre, mto bem.
Beijos e agora já pode sair com alguma contenção. Eu continuo em casa, mto serena e feliz.
A Serra mãe como chamava o poeta Sebastião da Gama.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Já perdi a conta aos anos que não visito A serra da Arrábida e o seu Portinho, desde sempre um lugar idílico!
Foi lá que, salvo erro, em 1973, estava eu de férias aqui em Portugal, que lá fui pela primeira vez e já era lindo e paradisíaco, foi nesse dia que a passeio com pessoas amigas, comi, também pela primeira vez, caracóis...
Não havia nada de passadiço nem túneis, mas foi uma visita que jamais esqueci.
Foi bom recordar e ver os melhoramentos que sofreu!
Um abraço.
Tão linda a Arrábida. local que conheço mas não tão bem como tu aqui apresentas.
Que bem decerto te soube esta aventura. E sei que voltarás a ter muitas!!
Parabéns pelas fotos.
Bonita a lenda da Pedra da Arnica... obrigada pela partilha.
Beijinho
Desconheço o passadiço.
Cada vez tenho mais pena de lidar mal com máquinas e não ter , por isso, carro. É uma grande limitação
Tudo de bom Beijinho
Passando a fim de desejar que tenha um dia abençoado
Para quando nova publicação?
Cumprimentos poéticos
Essa região, é verdadeiramente deslumbrante! Adorei especialmente constatar a limpidez das águas, com aquela foto do fundo, com as pedrinhas...
Grata por mais uma belíssima partilha, Ester!
Beijinho! Bom fim de semana! E votos de tudo a correr pelo melhor, por aí!
Ana
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