sábado, 11 de março de 2023

ROÇA DE AGOSTINHO NETO


Continuando o passeio pelo 

Norte da Ilha de São Tomé fomos visitar outra roça

ROÇA DE AGOSTINHO NETO

antigamente chamada de RIO D'OURO 

é a maior de São Tomé 

e hoje encontra-se ao abandono 

o principal edifício da roça, 

o Hospital está completamente vandalizado 

e até nos antigos consultórios vivem famílias! 

A carrinha que nos transportava 

parou num Largo e saímos 

de onde se tem esta vista, ao longe 

para o edifício imponente do Hospital




é como viajar no tempo

uma viagem que remonta a séculos passados



uma antiga roça com uma beleza sem igual, 

que nos transporta para a época colonial

A visita consiste percorrer a avenida principal 

ao longo da qual se encontram os edifícios 

onde viviam os trabalhadores e capatazes



Antigas casas coloniais




ao nos aproximarmos do edifício 

é que nos apercebemos da enorme degradação 

os animais aproveitam e vão andando por ali a comer


Assim que vêm chegar a carrinha com turistas

aparecem logo os artistas da terra 

a querer vender o seu artesanato




Ainda se vê a tabuleta que faz referência à CRECHE da roça

fiquei sem saber se ainda funciona...



ao longe vejo estas duas amigas brincando 

e fiquei "intrigada" 

como elas têm estes dois ursos enormes



sempre muitas crianças por todo o lado

aqui na enorme escadaria 

que chega ao edifício do hospital


A carrinha que nos transportou durante 8 dias

muito resistente aguentou sempre, 

com temperaturas muito altas 

e estradas cheias de buracos



na despedida da roça, 

olhei em volta e esta é a imagem 

que mais amei captar...

Natureza no seu estado puro!



 

16 comentários:

tulipa disse...

ROÇA AGOSTINHO NETO
São Tomé - São Tomé e Príncipe

Fundada em 1865, esta foi, em tempos, a sede da Sociedade Agrícola Valle Flôr: a maior e mais importante das explorações de café e cacau do país!
Se a isto juntarmos o facto de São Tomé, durante o século XIX, ter sido o maior produtor mundial de cacau, ficamos a perceber a real importância deste edificado.
Aqui, na época colonial, funcionava o sistema ferroviário do arquipélago e trabalhavam mais de 3 mil pessoas.

Esta roça situa-se a 10 quilómetros da capital. Apesar de apresentar alguns sinais de abandono, é um ponto de paragem obrigatório. Ao chegar ao local, irá deparar-se com uma artéria principal fortemente marcada pelo imponente hospital implantado na extremidade mais elevada. Em tempos, este espaço contou com cerca de 180 camas.

tulipa disse...


São Tomé e Príncipe foi o maior produtor de cacau do mundo em 1913. Passados mais de cem anos, o cacau continua a ser o principal motor da economia são-tomenses. A produção de cacau era e continua a ser feita nas roças. Vamos conhecer a história de uma das maiores roças do arquipélago: a roça Agostinho Neto, antiga roça de Rio D’Ouro.

As ligações históricas a Angola e Cabo Verde remontam ao tempo dos contratados, quando, na primeira metade do século XX, muitas pessoas foram trazidas das antigas colónias portuguesas para trabalhar nas plantações de cacau das roças de S.Tomé, cuja produção chegou a atingir as 12 mil toneladas.

Hoje, os antigos contratados e descendentes, maioritariamente cabo-verdianos, que representam cerca de 8,5 % da população, assim como os angolares 6,6 %, continuam a ser os mais desfavorecidos.

Maria Candanga é uma dos 1.300 habitantes, nasceu e vive na Roça Agostinho Neto, tem 50 anos, e recorda a roça da sua infância.
"Quando era pequena a roça estava em melhores condições do que agora. Antigamente, tínhamos comida à vontade, tudo era mais barato e estava tudo na ordem. Tínhamos um grande hospital, tínhamos transportes e agora precisamos de ir até ao distrito de Lobata [para ir ao hospital] e nem sempre temos transportes", conta.

Roselia Bezerra disse...

Bom domingo de paz, querida amiga Tulipa!
Gosto muito de seus passeios porque, além de você se divertir, ainda nos informa com riquezas de detalhes os lugares por onde passa.
Muito obrigada pela partilha.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos

" R y k @ r d o " disse...

Imagino ter sido um passeio deslumbrante. Feliz domingo

Graça Pires disse...

Sempre belas as suas fotografias. É pena haver coisas vandalizadas. O abandono é sempre propício a isso.
Tudo de bom.
Saúde. Um beijo.

Tomás B disse...

Una pena que muestre ese estado lamentable, pero demuestra que Portugal miraba igual por los habitantes de la isla como de la metrópolis.
Algo parecido creo hizo España recuerdo de mi época de estudiante de formación profesional que por las fotos que vimos del centro similar en el Aiún parecía mejor que el nuestro.

Saludos.

Tomás B disse...

El nombre del lugar me recuerda al de un político portugués.

Saludos.

Jeanne Geyer disse...

Olá, te vi no blog da São e te achei tão parecida com uma irmã minha já falecida, fiquei até emocionada. Também gostei dos assuntos que falaste lá, então vim conferir.
Gostei muito da postagem, tu trazes valiosas informações e conhecimentos. Te aguardo no meu blog, beijos https://enfimsetenta.blogspot.com/

Pedro Coimbra disse...

Está tudo ao abandono.
Triste.
Bjs, boa semana

Maria Rodrigues disse...

Foi certamente uma viagem incrível com olhares que lembram o passado. É pena ver tudo muito abandonado, mas quando o tempo passa e a pobreza se instala, se não houver apoios, não dá para manter os edifícios, o importante mesmo é ir mantendo o essencial para o dia-a-dia.
Excelente reportagem fotográfica!
Beijinhos

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, Tulipa, estou novamente por aqui viajando!!!
Que belíssimo prédio, pena o abandono, o descaso...
As fotos são muito bem clicadas, gostei muito, querida.
Uma ótima semana pra você, Tulipa!
Beijinho.

São disse...

As fotos que mais agradaram foram a das crianças e a última!

Continuação de boas viagens!

Grande abraço

A Nossa Travessa disse...

Minha querida Tulipamiga
Fui uma vez a São Tomé para visitar o Mário Soares que ali se encontrava confinado pelo regime salazarista e por isso pouco vi. No entanto do que me pude aperceber já nessa altura as roças estavam em declínio meio abandonadas pois a cultura do cacau já não era o que tinha sido tempos antes.
De qualquer jeito as pessoas, sobretudo as mulheres eram tratadas como as principais personagens de uma vida muito complicada. Com muitos filhos desde muito novas eram elas quem garantia a vida quotidiana numa sociedade eminentemente machista.
A tua reportagem para além dos aspectos predominantes do descalabro que se pode constatar como sempre pelas fotos que publicas dão bem os pormenores do que foi o São Tomé do antigamente onde os trabalhadores tinham algo (pouco mas alguma coisa) para viver.
O antigo hospital faz doer quem o vê no estado de degradação em que se encontra. E as mulheres, uma vez mais são uma espécie de (perdoa-me a expressão) animais de carga. Para elas o Dia Internacional da Mulher nem sequer souberam que existiu.
Mas, para mim, de todas as fotos, a mais triste á do ursinhos de peluche. Quem brincará com eles? Quem os trouxe?
Muito obrigado por mais esta reportagem dolorosa mas infelizmente verdadeira.
Beijos & queijos
Henrique

José Alex Gandum disse...

Grandes fotos sobre o que foi a Roça, estas fotos são um documento histórico importante. E vê-se a imponência de um passado, que podia não ser o correcto, mas pelo menos tinha as instituições a funcionar.

é certo que a colonização teve muitos pontos negativos mas as casas coloniais bem podiam ser recuperadas. Foi um tempo histórico que a história não consegue apagar. Excelentes pormenores a mostrar a grandiosidade de outros tempos.

Curioso, os animais andarem por ali à solta. Bem registado. Depois, bem apanhados a parte das pessoas, dos que lá vivem e dos turistas.

Muitas crianças porque as pessoas andam desocupadas e - dizem os sociólogos e a história - quando não se tem muito para fazer, fazem-se filhos. O que estou a dizer não é nada ofensivo, é assim mesmo. são os entendidos que dizem. Fizeste bem em apanhar as crianças de costas.

E uma excelente maneira de terminar o post, com uma fotografia algo mística. Muitos parabéns. Mais um grande e informativo post.


Ana Freire disse...

Que pena não se criarem condições para um melhor aproveitamento das estruturas ainda existentes...
Gostei imenso das imagens, sobretudo da última, que traduz o quão apaixonante é este país... e rico... mas de facto nas presentes circunstâncias, não admira que as gerações mais novas, só pensem em emigrar... creio que foi na Sic que fizeram uma reportagem sobre São Tomé, há algumas semanas atrás, mencionando isto mesmo.
Nem o turismo consegue impulsionar melhores condições de vida, às populações... isso é que é triste de verificar num país, com tanto potencial...
Grata por mais uma excelente reportagem fotográfica, Ester!
Um beijinho grande! Feliz Páscoa, com saúde!
Ana

Ailime disse...

Boa tarde Tulipa,
Locais tão bonitos, assim como os edifícios, pena o abandono.
A alegria das crianças e o coloridos das
suas roupas ajudam a amenizar a realidade.
Grande reportagem.
Beijinhos e uma ótima semana.
Ailime