segunda-feira, 3 de junho de 2019

SAINT-RÉMY-DE-PROVENCE




Um dos maravilhosos quadros de Vincent Van Gogh 

ADORO os pintores "Impressionistas", no topo para mim estão: 

Van Gogh - Claude Monet e Pierre-Auguste Renoir 

por isso, assim que vi o programa de viagem 

"Sul de França e os Impressionistas" 

fiquei logo, em pulgas, para o fazer 

e concretizei esse sonho nos finais do mês de Abril. 

Neste dia de viagem o destino era visitar o Hospício 

onde esteve internado Van Gogh...

poucos dias depois da minha visita faria 130 anos que a 

8 de maio de 1889 ali deu entrada Van Gogh, 

vinha transferido do hospital de Arles.




saio do autocarro e dirijo-me para a ladeira que leva à bilheteira

no caminho vou captando imagens de quadros do pintor 

que vão ornamentando todo o percurso...




Os famosos lírios pintados por Van Gogh




Lá está a nossa Guia Anna, comprando as entradas 

para a visita ao hospício; foi emocionante andar por lugares 

que Van Gogh percorria. Lugar bonito, com muitas flores, 

encontrei explicações das suas obras, tem o edifício 

que foi o asilo, onde ficou internado cerca de um ano! 

A sensação de estar no local onde Van Gogh pintou cerca 

de 150 quadros, no seu último ano de vida, é indescritível. 

O nível de conservação e respeito ao artista 

foram mantidos de forma impecável





Acima placas identificativas dos lugares que podemos visitar.

Uma estátua do artista com os famosos girassóis no braço




até que vejo diante de mim, o asilo de Saint-Paul-de-Mausole

...a alguns minutos do centro de Saint-Rémy-de-Provence, 

numa ruazinha estreita e quase escondida 

estava o objectivo da visita daquele dia...






Saint-Paul foi inicialmente um mosteiro agostiniano!

Foi transformado em asilo na primeira década de 1800

e continua a ser um hospital psiquiátrico

O hospital não pode ser visitado, mas a igreja, o claustro 

e o quarto onde Van Gogh viver e pintou, estão abertos ao público.

Algumas fotos que fiz dos claustros 






dirigi-me à cozinha, antes de entrar captei esta placa 

e juro que foi mais para agora poder situar-me e ajudar-me 

no texto do post,  quando hoje... finalmente

 leio com atenção o que está na placa... fiquei boquiaberta 

por descobrir que foi reconstruída por 3B production 

durante a filmagem de "La Créatrice", em 2012, 

filme dirigido por Bruno Dumont com a excelente actriz 

Juliette Binoche, que adoro ver trabalhar...






indicam-me que devo subir uma escadaria até lá acima 

para visitar o quarto onde Van Gogh viveu e vejo este trabalho 

de patchwork resultado de uma obra colectiva






cá estou eu, à entrada do quarto onde Van Gogh 

viveu e pintou obras maravilhosas, 

as paredes pintadas de verde, 

cortinados num outro tom de verde, a cama...




eu, nem queria acreditar, que eu estava mesmo ali... 

um sonho magnífico tornado real 



17 comentários:

tulipa disse...


A alguns minutos do centro de Saint-Rémy-de-Provence, logo depois dos monumentos romanos conhecidos como Antiques, numa ruazinha estreita e quase escondida, está o objetivo da visita de hoje: o asilo de Saint-Paul-de-Mausole. No estacionamento: um campo de oliveiras. Na entrada do edifício: um corredor com plantas floridas e árvores frutíferas, onde começa a homenagem ao paciente mais célebre e genial que viveu aqui.

Van Gogh chegou ao asilo no dia 8 de maio de 1889 trasferido do hospital de Arles e num ano realizou 143 obras em óleo e mais de 150 desenhos, transformando esse período num dos mais profíficos da vida do artista.

As reproduções dos quadros estão espalhadas pelos lugares onde o pintor deixava a inspiração tocá-lo.
“Les iris”, “La nuit étoilée”, Oliverie”, “La sieste”, etc.

No fim do corredor, encontro uma igreja magnífica com a sua torre romana quadrada com um teto piramidal.

Empurro a pesada porta do velho mosteiro transformado em clínica psiquiátrica e entro no “cloître” onde o jardim romano fechado por colunas esculpidas com zelo é circundado por arcos de uma beleza ímpar.
No centro, quadradinhos expõem diversos tipos de plantas floridas.

O lugar é iluminado e o silêncio se espalha como as trepadeiras que colorem a pedra.
Mais uma porta e entro na lojinha
Saio da loja e vou até o jardim à la française, onde um campo de lavanda adormecido aguarda tranquilamente o próximo verão para brilhar de novo.

Ao longo do jardim, novas reproduções e olhando para a parede de pedras envelhecidas pelo tempo vejo uma pequena janela com barras em ferro.
É para lá que subo em seguida.
Dois lanços de escada e chego ao quarto de Van Gogh.
Um pouco maior do que imaginava e tão simples como o pintor o representou tantas vezes.
A escrivaninha onde deveria escrever as famosas cartas ao irmão Théo,
a sacola onde carregava o material e um baú.
Da janela, a vista que o artista podia desfrutar da Provence que o fascinou.

Van Gogh deixou Saint-Paul-de-Mausole no dia 16 de maio de 1890,
onde se suicidou dois meses depois, em 29 de julho de 1889,
deixando atrás dele o sonho inatingido de criar uma comunidade de pintores no sul da França e um talento que marcou para sempre a arte.

tulipa disse...


Pintado por Vincent van Gogh em Outubro de 1888,
'O Quarto' é uma das suas obras mais famosas e reproduzidas,
representando o quarto do pintor em Arles.
O quadro acaba agora de ser minuciosamente restaurado e voltou a ocupar o seu lugar no Museu Van Gogh, em Amesterdão.

Nenhum dos restauros anteriores foi tão cuidadosamente exaustivo como este, feito pelos peritos daquele museu, e prolongou-se por seis meses.
O trabalho foi de tal forma delicado que a equipa de restauro chegou a utilizar bisturis de cirurgia e palitos japoneses no decorrer do seu trabalho, segundo contou Ella Hendricks, a responsável pelo departamento de restauro de pinturas do Museu van Gogh.

O quadro, que era um dos favoritos do seu autor,
foi encontrado danificado pela humidade por Van Gogh,
quando este voltou aos seus aposentos, no início de 1889, após ter estado internado.

tulipa disse...


Os quadros de Van Gogh estão entre as imagens mais conhecidas da atualidade. Suas reproduções são vendidas a milhões e alguns de seus quadros já foram vendidos por dezenas de milhões de dólares.

É notório o contraste entre esse sucesso póstumo e o fracasso e a rejeição que o artista experimentou em vida.
Van Gogh pintou três versões desse quadro.
A primeira em outubro de 1888, quando estava esperando o amigo,
o pintor Paul Gauguin (1848-1903), que viria vê-lo em Arles, no sul da França.
Esta é a terceira versão, que Van Gogh pintou para sua mãe em 1889,
enquanto se recuperava de um colapso nervoso num asilo para doentes mentais em Saint Rémy.
As três versões têm pequenas diferenças de cores e detalhes.
Dez meses depois de pintar este quadro, Van Gogh suicidou-se.

Diversos objetos do quarto estão aos pares:
duas cadeiras, dois travesseiros, duas jarras de água e duas garrafas.

Van Gogh pintou a primeira versão desta cena quando aguardava a chegada de Gauguin, e podemos entender esse emparelhamento como seu anseio, nunca realizado, por companhia e amizade.

tulipa disse...


A cadeira do quarto de Van Gogh era feita de simples madeira branca.
Ele pintou de amarelo por motivos simbólicos, já que o amarelo é a cor da luz solar, do calor e da felicidade.
Embora costumasse copiar diretamente a natureza, Van Gogh constantemente transpunha ou intensificava as cores.

A tinta grossa aplicada na pintura faz com que cada pincelada fique bem visível.
Van Gogh usava as tintas diretamente do tubo e pintava com rapidez,
às vezes completando um quadro num único dia.
Seu consumo de tinta, em especial o amarelo, era muito grande – razão de seus contantes pedidos a seu irmão The para mandar-lhe mais material de Paris.

Uma característica do estilo de Van Gogh é o contorno escuro dos objetos, que ele preenche com pintura grossa de cores chapadas.

Van Gogh tinha consciência do impacto emocional da cor:
“Em vez de tentar reproduzir exatamente o que vejo diante dos olhos, uso a cor mais arbitrariamente, afim de expressar-me com mais força”.
O vermelho vivo da coberta na cama anima e eleva o clima do quadro
(cubra-a com a mão e veja como o quadro muda).

A cama foi comprada por Van Gogh com dinheiro emprestado por Theo.
É significativo que ele tenha escolhido uma cama rústica de camponês e não uma cama de metal, que na época estava mais em moda.
Vincent planejava decorar a cama com a pintura de uma criança num berço,
mas nunca realizou esse desejo. Levou a cama quando mudou-se para Auvers e foi nesta cama que morreu.

Van Gogh também foi influenciado pelas gravuras japonesas em madeira,
que agora estavam disponíveis no Ocidente.
Admirava o desenho simplificado, as áreas coloridas planas, as perspectivas íngremes e a supressão das sombras.
Todas essas características são encontradas em seu trabalho, e a influência dessas gravuras é um importante motivo para o atual sucesso da obra de Van Gogh no Japão. Ele retratou uma dessas gravuras na parede ao fundo.

A janela se abre para dentro implicando acesso ao mundo exterior,
mas é significativo que dela não se veja nada – é como se fosse uma veneziana – isto faz o quarto parecer isolado, lembrando o ventre materno.
O espaço vazio em frente à cama evita que o quadro se torne demasiadamente claustrofóbico.

Esse quadro pertence ao acervo do Museu d’Orsay em Paris.

tulipa disse...


If you were to ask a cinephile who the best working actress is, at least half of them would bestow that honor upon Juliette Binoche.

As Cineuropa (via ThePlaylist) reports,
she’ll soon be working with Hadewijch helmer Bruno Dumont on the semi-biopic La Creatrice.
3B Productions and Arte France Cinéma are behind the film, which tells the true story of Camille Claudel, a woman who, in 1914,
“was committed by her family to a mental asylum in the South of France where she spent the last 30 years of her life and never sculpted again.”

If that sounds like the right material for a strong picture, you’d be correct: Her story was previously told in Camille Claudel, a film that earned Oscar nominations for Best Foreign Language Film and Best Actress, the latter of which was for Isabelle Adjani.

Cidália Ferreira disse...

Sempre com postagens importantes!


Deambulo pela solidão da maresia .
Beijos e uma boa noite!

Pedro Coimbra disse...

O que se chama uma viagem cultural.
Bjs

Ailime disse...

boa tarde Tulipa,
Obrigada por esta bela partilha.
Uma viagem maravilhosa para poder ver os locais onde decerto Van Gogh se inspirou.
Também o aprecio imenso.
Um beijinho.
Ailime

dercy lyne disse...

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Maré Viva disse...

Mais uma viagem que muito te enriqueceu e a nós também, por acréscimo!
A pintura de Van Gogh é inconfundível e única. Revela um amor imenso pela natureza e pelas coisas simples.
Obrigada por mais esta partilha.
Beijinhos.

Sofá Amarelo disse...

Muito bem escolhida a viagem e muito bem... enquadrado o quadro!

Uma estrada com pinturas, quem se lembraria de tal coisa, fantástico, ainda por cima, pintores de topo, que coloriram os tempos e os espaços.

150 quadros num ano dá quase dois quadros por dia, fenomenal se tivermos em linha de conta que as coisas não eram tão fáceis de adquirir naquele tempo, como por exemplo comprar as tintas, os pincéis, as telas, etc.

Foi quase como que um regresso a um passado fenomenal, e as tuas fotos (e texto) são bem exemplificativas disso. Bem registadas numa sequência informativa e apelativa, para mim é completamente novo tudo o que mostraste e escreveste pois não fazia ideia que havia tal registo da história. Se já era fã do Van Gogh ainda fiquei mais fã.

Espectacular a cama de ferro. Também tive uma quando era miúdo e trouxeste-me isso à lembrança. Mas nunca tive visto nenhuma cama de ferro com resguardos laterais. Obrigado pelo post.

Ana Freire disse...

Uma viagem super interessante, Tulipa... de uma riqueza cultural imensa... sentir parte do ambiente, que inspirou o sentir deste artista de renome... precisamente na fase mais criativa da sua vida...
Grata por esta fabulosa partilha, Tulipa!
Um beijinho grande! Já de volta, depois de uns dias mais ausente da blogosfera... pelo que ando aos pouquinhos, retomando as minhas visitas, aos blogues dos amigos!
Votos de um feliz domingo e um óptimo feriado!
Ana

Graça Pires disse...

Van Gogh é um pintor que aprecio imenso. Obrigada por partilhar aqui esta sua viagem cultural.
Uma boa semana.
Um beijo.

Marta Vinhais disse...

Gostei muito de " viajar " por aqui.
Também gosto de Van Gogh, embora o meu preferido seja o Monet.
Obrigada pela partilha e pela visita
Beijos e abraços
Marta

Jornalista Douglas Melo disse...

Tulipa, o holandês Vincent Willem Van vogh, , é ainda hoje um dos artistas mais influentes do Mundo. O pintor que ficou conhecido por seu temperamento difícil e possíveis transtornos psiquiátricos, mesmo assim, se tornou figura importante na história da arte mundial com seus traços inigualáveis. Teve o seu primeiro quadro sendo utilizado como porta de galinheiro de uma fazenda de uma amigo. Quem poderia imaginar uma coisas dessas? Morreu sem saber o devido valor que tinha a sua obra.

Roselia Bezerra disse...

Boa noite de paz, querida amiga Tulipa!
Gosto muito do artista plástico renimado.
Uma vez nos fizemos uma roda de poesia com uma tela dele.
Muito bonito seu post.
Tenha um final de semana abencoado!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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