Mais um "MOMENTO PERFEITO" na minha vida, este ano de 2009.
A Câmara Municipal da Moita procedeu ao lançamento do Livro “Poetas Nossos Munícipes”, no passado dia 15 de Setembro, no Auditório Lopes Graça, da Biblioteca Bento de Jesus Caraça, aqui na Moita.
A colectânea tem como objectivo a divulgação da poesia e dos poetas locais e, simultaneamente, incentivar a criatividade literária e o gosto pela escrita. Concorreram 20 participantes (eu incluída) que enviaram 130 poemas, tendo o júri escolhido, por consenso, 66 deles para publicação.
O meu grande orgulho é que enviei 6 trabalhos e 4 deles foram escolhidos pelo júri, estes quatro fazem parte dos 66 publicados no livro.
João Lobo, presidente da Câmara Municipal da Moita, lembrou que, em 1997, a Câmara Municipal publicou a primeira colectânea de poemas, dando voz aos poetas do nosso município, uma imensa riqueza que existe no concelho. O presidente da Câmara disse que a poesia é parte integrante das nossas vidas, em que se expressam os afectos, o amor, a revolta, a saudade, a alegria, a raiva e a paixão. “Acreditamos que a poesia faz de nós pessoas mais tolerantes e mais atentas às injustiças do mundo”, crê João Lobo.
O presidente enalteceu também a ilustração da capa do livro, com uma bela fotografia de Teresa Cristina Mourão, participante no "Raid fotográfico" do ano passado, no qual eu também participei.
Em nome do júri, o escritor Miguel Bernardes explicou o trabalho do júri na apreciação e decisão dos poemas recebidos. O escritor referiu as louváveis implicações deste projecto cultural no campo da literatura, da cultura e da faceta humanística do nosso país na procura de uma relação civilizacional com outros povos.
Outro membro do júri, o escritor Alexandre Castanheira, leu alguns poemas do novo livro. Fez também parte do júri, mas não esteve presente nesta sessão de lançamento do livro, o escritor Modesto Navarro. Foi distribuído um livro a cada um dos presentes na sala.
Inscrevi-me num concurso que desafiava os munícipes a participar numa colectânea intitulada “Poetas Nossos Munícipes”, publicada pela Câmara Municipal da Moita.
Esta edição resultou de um desafio lançado pela autarquia, no início do ano, a todos os munícipes com mais de 14 anos com gosto pela poesia, para apresentarem os seus poemas.
A "grande surpresa" foi um dos membros do júri, o escritor Alexandre Castanheira, ter escolhido um dos meus trabalhos para ler ali, publicamente, diante de um auditório com 150 pessoas.
Aqui transcrevo esse poema seleccionado:
PARTIDA
Saí sozinha pelas ruas
Naquela noite quente de Dezembro
Em Moçambique.
Meus últimos momentos
Na terra que me viu nascer.
Se bem me lembro
Seria a minha partida
Para o desconhecido
Para outro Continente.
Viro-me, de repente
Num final adeus,
Num olhar distante,
Comovente,
Triste,
Envolvente!
Encosto-me à porta
Fecho os olhos
E não respiro.
Deixo atrás de mim
Tudo!
Oiço o meu coração
Bater em súplica
Pedindo que não.
Não abandones este lugar
Que será sempre teu.
Mas…já nada podia fazer
Retiro-me.
Naquela manhã fria de Dezembro
Chegava a outro mundo
Ao amanhecer
Em silêncio tremendo
Se bem me lembro!
Com outros desci do avião
De coração apertado
Não sabendo o que me esperava
Um filho pequeno pela mão.
O frio das ruas por onde passava
Pleno Inverno em Lisboa
Gelava a minha alma.
Na nossa frente
Um Natal diferente
Saí sozinha pelas ruas
Naquela noite quente de Dezembro
Em Moçambique.
Meus últimos momentos
Na terra que me viu nascer.
Se bem me lembro
Seria a minha partida
Para o desconhecido
Para outro Continente.
Viro-me, de repente
Num final adeus,
Num olhar distante,
Comovente,
Triste,
Envolvente!
Encosto-me à porta
Fecho os olhos
E não respiro.
Deixo atrás de mim
Tudo!
Oiço o meu coração
Bater em súplica
Pedindo que não.
Não abandones este lugar
Que será sempre teu.
Mas…já nada podia fazer
Retiro-me.
Naquela manhã fria de Dezembro
Chegava a outro mundo
Ao amanhecer
Em silêncio tremendo
Se bem me lembro!
Com outros desci do avião
De coração apertado
Não sabendo o que me esperava
Um filho pequeno pela mão.
O frio das ruas por onde passava
Pleno Inverno em Lisboa
Gelava a minha alma.
Na nossa frente
Um Natal diferente
Nos aguardava.
29 comentários:
Parabens por teres entrado numa coletânea de Poesia. Parabens por teres contado neste poema a história de todos nós ( os ditos "retornados"). Estou orgulhosa de ti.
Gostaria de ter um livro desses... será possível? Diz-me o que tenho de fazer. Ah, valente moçambicana!!
Um beijo
Graça
._______minha querida Tulipa
MUITOS PARABÉNS!
.estou muito FELIZ POR TI:)
___________este poema é lindo "dezembro não só no coração"
poema
duma história viva (contada na primeira pessoa)marcada pela angustia e pela dor______...
da "partida"
.
____________///
beijO______ternO
Olá Tulipa,
Parabéns pela tua participação nesta colectânea e pela forma sentida como contas em verso a tua partida de uma África com horizontes largos e a tua chegada a um país frio e de horizontes mais estreitos. Sei por muitos outros quão difícil foi essa adaptação.
[Passei por aqui também porque tentei dar resposta a um mail que já tem um mês e que por diversas circunstâncias que lá expliquei só hoje peguei nele, pelo que peço desculpa, no entanto acabei por não conseguir enviá-lo porque me vem sempre devolvido pelo sistema. Provávelmente já não tens o mesmo endereço, aquele a que tentei dar resposta era da netvisão, por isso peço que se não te importares me envies o endereço correcto para brancapinto@gmail.com para te responder às dúvidas que tinhas colocado sobre a hipótese de uma nova exposição pelo norte. Posso adiantar que a sala de exposições do Auditório é ampla, em edifício moderno, junto da saída da via rápida, com acesso directo à A1, são duas salas, com continuação numa cave, além de já ter recebido exposições de Júlio Resende, também recebe outras colectivas e individuais, de pintura, escultura, fotografia e muitos outras temáticas. A propósito a Fundação Júlio Resende também é uma hipótese, porque além da exposição permanente do Mestre, tem uma sala na entada que recebe outro tipo de exposições, fica na beira rio, mesmo junto à casa do próprio pintor e tem um auditório interessante para quem quiser fazer uma apresentação especial. Manda-me o e-mail e depois falaremos nos pormenores]
Fico a aguardar.
Deixo beijinhos.
Ante tudo os meus parabéns. Não só pelo que escreves, fundamentalmente pelo como o fazes,: ternura e facilidade na descrição dum feito que atenaza, comprime o peito e dá um nó na garganta.
Conseguiste emocionar-me.
Um grande abraço de boa amizade
parabéns, tulipa, pelo poema lindo e participação com tanta força e garra nestes eventos!
beijinhos
. um hipotético "caminho": .
http://terracosdeumanjo.blogspot.com/
. um bom fim de semana .
. sempre e para sempre,,, .
. paulo .
. um beijo abraçado .
Começo pelos PARABENS!
...depois está tudo dito no seu post!...A incerteza, o acreditar, o querer, o sofrimento e o sonho!
Um beijo!
Os meus parabéns amiga por este acontecimento... fico muito feliz com isso.
Sucesso
Bj
Luis
Parabéns Tulipa.Ple participação na colectânea de poesia,e o poema que partilhas com nós gostei muito.
Beijinho bfs Lisa
Parabéns pela participação e escolha para a colectânea. Uma bela iniciativa ...
Um beijo.
Um poema que retrata com verdade o pesadelo dos retornados e o seu enorme drama...
Afirmo-o e não vivi pessoalmente esse drama.
Mas convém não esquecer que esse drama se deve à cegueira política de um regime que foi deposto no 25 de Abril.
Muitos parabéns, Tulipa! Pela participação no livro e pelo belissimo poema.
Adorei!!!
Ops... esqueci-me!
Vim aqui com a intenção de lhe desejar uma boa semana.
:-)))
Olá Tulipa.
Embora com atraso, já tenho no meu espaço, a paisagem vista da minha janela.
Um abraço
Parabéns! Um "momento perfeito" de um episódio dificil transformado em poema. Votos de uma boa semana plena de sorrisos, flores e ...poesia :)
Agradeço o seu comentário e convite ao seu "jardim de tulipa",
transformado num "momento perfeito".
Lindas palavras de lamento, de despedida, de temor, medo.
Todos esses sentires lhe deram a força que a levaram a seguir em frente e mais a ter a coragem de ler para 150 pessoas...é obra! esta linda OBRA que teve o talento com a ajuda do Senhor de realizar.
Obrigada Senhor por permitires a este ser tão talentoso partilhar connosco esses dons na perfeição, como se de uma das tuas flores se tratasse, neste momento perfeito.
Bem-haja
Forte abraço
Mer
Parabens, Tulipa. Fico feliz ao ver-te feliz. Bem mereces. O teu poema é simples, mas muito rico e muito bonito. Corporiza o que muita gente sofreu ao reiniciar a vida em outro continente, num período histórico difícil. Partilho contigo a alegria de veres poemas teus na Colectânea. Também já passei por isso e agora também com a publicação do meu livro. Recebe beijinhos de muita amizade.
Olá, tulipa, entrei pelo blogue do osvaldo, e, que maravilhosa e terna Poesia de despedida da terra amada, é por siso que a maioria das minhas canções, poemas, fala da saudade de Luanda,d e onde saí depois do 74...foram anos e anos de viver feliz, amada, sentindo que ali era a minha terra, embora não nascesse lá, mas como eu entendo, como entendo aquela saudade e mágoa de ter de deixar os lugares que amamos..
deixo um abraço apertado, e, um dia, voltaremos lá nas asas do espirito protector, quando a vida nos deixar...
O poema está uma beleza na sintonia dos dizeres e da saudade..Beijinho da laura
Muitos parabéns. Adorei o poema e foi muito merecido ter sido lido.
Por favor continue.
Um abraço
Anad
Parabéns, caríssima amiga!
Não é todos os dias que temos qualquer coisa de nosso,
impresso num livro.
Bjs
Poema belo e de recordação. Que bem o entendo pois por terras de África tb nasci.
Parabéns. Mereceste sem dúvida.
Boa semana
bjgrande do Lago
Muitos parabéns, belo poema...Espectacular....
Beijos
Oh Túlipa!
Simplesmente belo, comovente o seu poema!
Parabéns e fico à espera que nos vá brindando de vez em quando com mais um dos seus poemas!
Muito lindo.
Um beijinho.
bela iniciativa. gostei de saber...
o poema é muito bonito. parabéns.
beijo
Muitos Parabéns Querida Amiga!
Fico muito FELIZ por ti!
E..neste poema tão bonito, fiquei a conhecer um momento doloroso da tua vida.
Beijinhos mil!
Margusta
Iniciativas como essa são dignas dos maiores louvores.
Não admira que o teu poema fosse escolhido, pois é excelente e retrata uma saga que muita gente sofreu na pele.
Querida amiga, bom resto de semana.
Beijos.
MUITOS PARABÉNS, Tulipa!
Consegues fazer coisas boas na área da escrita e na área da fotografia.
Gostava de ter um exemplar do livro com uma assinatura tua. Se me arranjares. Depois combinamos.
Muitos beijinhos e de novo muitos parabéns!!!
*
parabens amiga,
,
ai...
se a poesia chegasse,
á politica . . .
,
conchinhas, deixo,
,
*
Linda poesia, adorei, e quero também agradecer o seu comentário e desejar-he uma linda semana que se avizinha.
Beijo de luz em seu coração
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