Houve um toque de alvorada bem cedo, o que não é costume…porque aproveito os fins de semana para colocar o sono em dia.
Depois de um grande pequeno-almoço em família, diga aos seus filhos que hoje vão visitar uns amigos seus, mas como estes moram perto da praia precisam de levar um saco com protector solar, chapéu, toalha e fato de banho. Prontos? Então façam-se à estrada e rumem em direcção a Setúbal.
Assim que chegarem a Setúbal, vão deparar-se com uma cidade piscatória, detentora de uma das mais belas baías do mundo. Sigam em direcção à Doca de Pesca. É aqui que vão encontrar uma ou duas empresas pioneiras na observação dos golfinhos, irão proporcionar-vos um passeio inesquecível de três horas, a navegar pelas águas límpidas e azuis que caracterizam a costa da Arrábida.
Há vários tipos de barco; um deles é mais uma surpresa fantástica de que os seus filhos não estão à espera. O Esperança é um veleiro catamarã de 75 , com uma rede flutuante. Um barco lindo, onde se podem deitar na rede e desfrutar o som do mar ou ver os próprios golfinhos a passarem por debaixo do catamarã. Tenham a máquina à mão para filmar ou fotografar, pois vai ser uma experiência brutal!
O que acontece é que nem sempre se conseguem ver os golfinhos, pois apesar de serem residentes naquele local, por vezes, caçam no mar.
Companhia certa neste passeio são as aves que por ali voam (gaivotas há muitas) e se deixam mergulhar no mar e, claro, o azul tranquilo do céu e do mar....
Já em águas territoriais dos golfinhos, o barco afrouxou a sua marcha, pareceu-me mesmo que tinha desligado os motores, também para não assustar os golfinhos e a inquietação começou a apertar. Ouvi: Os golfinhos estão ali. Não acreditei ser possível ver os golfinhos tão perto de mim e disse à guia: Hum, tenho as minhas dúvidas. Já atravessei vezes sem conta esta baía a caminho de Tróia e nunca os vi. Mas, naquele dia seria diferente.
Calmamente, o barco continuou a navegar pelo estuário até que os golfinhos se aproximem. Depois de os motores desligados, é esperar que os simpáticos mamíferos vos venham cumprimentar. É uma população de 26 golfinhos roazes residentes, cinco deles são crias, quatro juvenis e 17 adultos. Esta espécie é cinzenta-escura no dorso e a cor diminui de intensidade perto da barriga, sendo branca ou até rosa muito clara. Andam grande parte do seu tempo à caça e o seu prato predilecto são os chocos e as tainhas. Como gostam de rasgar as redes dos pescadores para se alimentarem, ficaram conhecidos por roaz.
É um delírio ver estes animais tão perto.
De regresso ao cais, e com alguma sorte, cruzei-me com os golfinhos: nada como acabar em beleza!
É preciso dar algum descanso aos animais porque um dos grandes problemas que enfrentam é o excessivo tráfego marítimo. A viagem estava prestes a terminar, dentro de dez minutos encostamos em Setúbal e saímos para terra.
Na 1ª foto, os que não foram a terra, para um mergulho nas águas do Sado, ficaram descontraidamente a relaxar; ao fundo vê-se as torres de Tróia. Na 2ª foto, vêem-se as gaivotas deslizando nas águas azuis e límpidas do Sado; na 3ª foto mostro o que foi possível captar com a máquina, pois os golfinhos são muito rápidos nos seus mergulhos, mas vi muito mais do que consegui captar. Primeiro do lado direito do barco, ao longe e de repente bem perto de nós, depois apareceram do lado esquerdo, juntinho ao barco, mais de 10, uma família enorme; de tal forma que a curiosidade era tanta que todos os tripulantes foram para o lado esquerdo que o barco ficou demasiado inclinado para a esquerda.