sábado, 25 de setembro de 2010

ILHA DE TAVIRA - ALGARVE

Vou fazer uma pausa na reportagem fotográfica sobre a viagem de férias em Junho passado (Zurique-Suiça), para vos mostrar o que visitei durante esta semana de mini-férias em Tavira.
Sou adepta de férias em época baixa e deliciei-me nestes 4 dias.
Logo no 1º dia, resolvi apanhar boleia do autobus que o hotel disponibilizava para levar as pessoas até Tavira, havia 3 paragens e eu decidi ficar na 2ª paragem, ou seja, na cidade. Assim que comecei a percorrer a rua ao lado do rio Gilão, deparei-me com um grupo de pessoas e, quando me aproximei vi que esperavam a partida do barco para a "Ilha de Tavira". Ora bem, que melhor início de passeio. Paga-se 1,90€ ida e volta e lá fui.
O barco ia cheio; reparei que 90% das pessoas que iam no barco eram turistas de várias nacionalidades: ingleses, americanos, alemães, holandeses. Ao chegar à ilha, perguntei a mim mesmo, a razão de ver tanta gente interessada na ilha e hoje, descobri a resposta à minha questão, ao ler este artigo que encontrei casualmente na internet.

O guia Lonely Planet's "Travel With Children" considerou a praia da Ilha de Tavira, no Algarve, a 8.ª melhor do mundo para levar as crianças e estar em família.
Chega-se lá de barco, numa viagem pouco demorada, porque a praia fica a apenas um quilómetro de distância da cidade que lhe emprestou o nome. Em pleno Parque Natural, no cordão de ilhas que separa o oceano Atlântico da Ria Formosa, as águas são uma mistura de doce e salgado. Há vegetação e árvores, mais propriamente pinheiros, que dão sombra e tornam o local paradisíaco.
Talvez tenha sido por estas razões que uma das maiores editoras de guias de viagens do mundo tenha incluído a Praia da Ilha de Tavira no restrito grupo de 10 Melhores Praias para férias em família.
A distinção é tanto mais importante porque, além das "vencedoras" - as praias da Costa Del Sud, na ilha da Sardenha, Itália - o areal algarvio é o único destino europeu na lista.
Anote a lista das melhores praias para levar os seus filhos, da autoria da
Lonely Planet :
1. COSTA DEL SUD, Sardenha, Itália
www.sardegnaturismo.it
2.COTTESLOE, Austrália
www.cottesloe.wa.gov.au
3. DURBAN, África do Sul
www.durban.gov.za
4. KARON BEACH, Tailândia
www.phuket.com/island/beaches_karon.htm
5. KAUAI,Hawai, Estados Unidos da América
www.kauai-hawaii.com
6. AITUTAKI, Ilhas Cook
http://cookislands.travel/index
7. NOOSA, Austrália
www.noosa.qld.gov.au/aboutnoosa
8. TAVIRA, Portugal
www.visitportugal.com
9. SAYULITA, México
www.sayulitalife.com
10. SANUR, Bali, Indonésia
www.balitourismboard.org

Calma e isolamento são palavras que combinam com o Algarve nesta época do ano, daí a minha preferência em visitar o Sul, no mês de Setembro.
Na foto abaixo, pode-se ver, como os moradores na ilha, explicam onde colocar o lixo nos respectivos contentores, na língua universal - inglês. Nada falha!!!
Gostei de ter visitado a ilha, pois achei todos muito simpáticos e prestáveis; em conversa com uma moça que trabalha no bar do parque de campismo, ela disse-me que em Agosto, os veraneantes eram 60% portugueses e 40% espanhóis, mas em Setembro só se ouve falar inglês.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

JAMES JOYCE - DUBLIN (1882) - ZURIQUE (1941)

Continuando por Zurique, despertou-me a atenção esta placa numa esquina da Augustiner-Gasse.



James Augustine Aloysius Joyce (Dublin, 2 de Fevereiro de 1882Zurique, Suíça, 13 de Janeiro de 1941) foi um romancista, contista e poeta irlandês expatriado. É amplamente considerado um dos autores de maior relevância do século XX. Suas obras mais conhecidas são o volume de contos Dublinenses (1914) e os romances Retrato do Artista Quando Jovem (1916), Ulisses (1922) e Finnegans Wake (1939) - o que se poderia considerar um "cânone joyceano". Também participou dos primórdios do modernismo poético em língua inglesa, sendo considerado por Ezra Pound um dos mais iminentes poetas do imagismo. Embora Joyce tenha vivido fora de seu país natal pela maior parte da vida adulta, suas experiências irlandesas são essenciais para sua obra e fornecem-lhe toda a ambientação e muito da temática. Seu universo ficcional enraíza-se fortemente em Dublin e reflete sua vida familiar e eventos, amizades e inimizades dos tempos de escola e faculdade. Desta forma, ele é ao mesmo tempo um dos mais cosmopolitas e um dos mais particularistas dos autores modernistas de língua inglesa.



Depois de cruzar o Rio Limmat, o caminho até a Igreja de São Pedro chama a atenção. O turista passeia sobre as ruínas de uma terma romana do século 3, descoberta pelos arqueólogos há 16 anos. No topo da igreja, construída no século 9 mas cuja torre foi refeita no século 13, está o relógio símbolo da cidade, com 8,7 metros de diâmetro. Depois da Reforma, no século 16, e principalmente no século 18, quando soavam os sinos da igreja, era dado o toque de recolher (às 20h no inverno e 21h no verão). Fechavam-se então os portões da cidade e o comércio e os moradores iam todos para suas casas. Hoje, não raro o visitante ao entrar numa destas igrejas depara-se com uma aula de música clássica. Uma surpresa a mais no caminho. No século 18, muitos poetas foram para Zurique, como Goethe, Casanova e Thomas Mann, entre outros. A maioria ficava hospedada num charmoso hotel sobre o rio que corta a cidade. Outros, como James Joyce, acabaram alongando sua estada. Foi em Zurique que Joyce publicou algumas de suas mais importantes obras, como Retrato do artista quando jovem. Na Augustiner-Gasse está a sede da sociedade voltada ao autor, num recanto que ganhou o nome de James Joyce Corner (esquina do James Joyce). Ali, pelo menos uma vez por semana, seus arquivos são abertos e há leituras dos textos de Joyce. Imperdível.

Nesta foto vê-se a placa da Praça de S. Pedro.
A igreja de San Pedro (
alemão: Peterskirche) é uma das quatro principais igrejas do Zurique antigo. As outras três são o Grossmünster, a Fraumünster e a Predigerkirche.
Está situada junto a Lindenhof, a antiga fortaleza romana no mesmo espaço onde dantes se levantava um templo dedicado a
Júpiter. Os arqueólogos têm encontrado vestígios de uma pequena igreja de 10 por 7 metros dos séculos VIII ou IX. Este primeiro edifício foi substituído em torno do ano 1000 por uma igreja de estilo románico temporão. Em 1230 esta igreja foi substituída por outra de estilo románico tardio ainda que partes da primeira ainda sobrevivem. A nave principal foi reconstruida em 1460 em estilo gótico. O primeiro prefeito de Zurique, Rudolf Brunn, foi enterrado aqui no ano 1360. Até 1911 o campanario, um dos mais altos de Zurique, era utilizado para a vigilância contra incêndios.
San Pedro foi restaurada em profundidade entre
1970 e 1975. O relógio da torre tem um diámetro de 8,7 metros, o que lhe converte em um dos relógios murales maiores do mundo. Os sinos datam de 1880.
Curiosamente, o campanario da igreja pertence à prefeitura de Zurique e o resto do templo à Igreja suíça reformada.



domingo, 5 de setembro de 2010

DISCURSO DE ZURIQUE - WINSTON CHURCHILL

Ao passear pelas ruas de Zurique, deparei-me com esta placa, à frente da porta de entrada deste edifício que se vê na imagem abaixo, que faz referência a Winston Churchill - ouvindo atentamente as explicações do Guia e, fazendo as minhas pesquisas diárias, explico a que se deve esta placa.


Foi proferido faz este mês precisamente 64 anos - mas podia perfeitamente ter sido proferido no dia de hoje, tal a actualidade subjacente ao seu conteúdo. Referimo-nos ao discurso que, em Zurique, a 19 de Setembro de 1946 - Winston Churchill proferiu, e que ficou conhecido como «Discurso de Zurique». Nele, Churchill chama a atenção dos Estados europeus para a necessidade de se unirem, criando uma estrutura regional que eventualmente se poderia chamar Estados Unidos da Europa. O Discurso de Zurique proferido por Winston Churchill constitui um verdadeiro hino à causa da Europa. Merece a pena conhecer em pormenor e na íntegra esta verdadeira peça literária que não pode ser esquecida ou ignorada em qualquer texto ou estudo onde a causa europeia constitua objecto central.
«Desejo falar–vos, hoje, sobre a tragédia da Europa. Este nobre continente, englobando no seu todo as mais agradáveis e civilizadas regiões da Terra, gozando de um clima temperado e equilibrado, é a terra natal de todas as raças originais do mundo ocidental. É a fonte da fé cristã e da ética cristã. É a origem da maior parte da cultura, das artes, da filosofia e da ciência tanto dos antigos como dos modernos tempos. Se a Europa tivesse alguma vez ficado unida na partilha do seu património comum, não haveria limite à felicidade, à prosperidade e à glória dos seus trezentos ou quatrocentos milhões de habitantes. Mas foi da Europa que jorrou essa série de assustadoras quezílias nacionalistas, originadas pelas nações teutónicas, a que nós assistimos ainda neste século XX e no nosso tempo, arruinando a paz e frustrando as expectativas de toda a humanidade. E a que situação foi a Europa reduzida? Alguns dos mais pequenos Estados fizeram, na realidade, uma boa recuperação, mas, sobre largas áreas, uma vasta e agitada massa de atormentados, famintos, ansiosos e desnorteados seres humanos olham pasmados, das ruínas de suas cidades e de seus lares, esquadrinhando os negros horizontes por algum novo perigo, tirania ou terror. Por entre os vencedores há uma babel de vozes dissonantes; por entre os vencidos o mal humorado silêncio do desespero. É tudo o que Europeus, agrupados em tantos antigos Estados e nações, é tudo o que os Poderes Germânicos obtiveram rasgando–se uns aos outros, espalhando destruição em todo o redor. De facto, mas também por que a grande República de além Atlântico compreendeu, à distância, que a ruína ou escravização da Europa envolveria também a sua própria sorte e estendeu o seu auxílio e orientação, os Tempos Negros recolheram toda a sua crueldade e miséria. Que poderão ainda voltar. Mas, ainda é tempo para um remédio que, se genérica e espontaneamente adoptado, poderá, como por milagre, transformar todo o cenário, podendo em poucos anos fazer toda a Europa, ou grande parte dela, tão livre e feliz como a Suíça o é nos dias de hoje...»

Um carro que chamava a atenção de todos, estacionado numa praça em Zurique.