Esta é a colina com que nos deparamos ao início da visita a MIRÓBRIGA
A história de Santiago do Cacém é, no entanto, muito mais antiga, como o comprovam os vestígios arqueológicos expostos no Museu Municipal. Esse passado tem como principal marca a ocupação romana.
No topo de uma colina situada mais para leste, existiu uma importante cidade romana: Miróbriga.
As ruínas estendem-se por uma área de 2 km2 e apresentam restos de ruas calcetadas, lojas, um hipódromo, termas, e, como em qualquer cidade imperial, o fórum e o templo.
A cidade romana terá sido construída sobre um povoado anterior de finais da Idade do Bronze.
Miróbriga terá atingido o seu apogeu entre os séculos I e IV, tendo a partir daí entrado em decadência.
São bem visíveis e facilmente identificáveis os edifícios das termas (com banhos quentes e frios), bem como o coração da cidade, o espaço sobreelevado onde se situavam o templo (provavelmente dedicado ao culto imperial) e o fórum.
Mais raro e difícil de identificar por um observador não avisado é o espaço onde se erguia aquilo a que hoje chamaríamos «complexo desportivo»: o circo e hipódromo. Situa-se a cerca de 1 km a sul do fórum e correspondia a um «estádio» de 370 m de comprimento por 70 m de largura, com uma meta em cada extremidade
Ficava assim assegurado, por um lado, o fornecimento dos produtos agrícolas e piscatórios a este centro urbano e, por outro, o escoamento dos minérios de que é rica a região adjacente a Miróbriga, quer seja a Serra de Grândola, quer a do Cercal, onde se exploraram ao longo de séculos minas de cobre e ferro. Inclinamo-nos, mesmo, a aceitar que a riqueza metalífera da região pode ter sido um dos factores determinantes da ocupação deste local, funcionando Miróbriga como uma espécie de plataforma de acesso à zona mineira e aos povoados do interior da serra.
A óptima situação geo-estratégica, que facilita o domínio em relação à faixa arenosa e plana que se estende deste local até ao Oceano, de que dista aproximadamente 15 km em linha recta, associada aos recursos naturais − agrícolas e mineiros − deve ter conferido a Miróbriga importantes funções comerciais, permitindo-lhe o controlo de um vasto território ou ciuitas.
(imagem da DOMUS com FRESCOS)
Miróbriga foi habitada desde, pelo menos, a Idade do Ferro, quando a zona de cumeada foi ocupada por povos de possível filiação céltica, como se pode deduzir pelo topónimo terminado em “briga”, comum a mais de uma centena de Sítios Arqueológicos peninsulares, que pode significar povoado fortificado ou edificado num ponto alto.
De facto, o topónimo como ficou conhecida vulgarmente a zona onde se implanta o forum de Miróbriga, “Castelo Velho”, denuncia também essa ocupação pré-romana, que é confirmada arqueologicamente em Miróbriga desde, pelo menos, o século V a. C.
Miróbriga foi habitada desde, pelo menos, a Idade do Ferro, quando a zona de cumeada foi ocupada por povos de possível filiação céltica, como se pode deduzir pelo topónimo terminado em “briga”, comum a mais de uma centena de Sítios Arqueológicos peninsulares, que pode significar povoado fortificado ou edificado num ponto alto.
De facto, o topónimo como ficou conhecida vulgarmente a zona onde se implanta o forum de Miróbriga, “Castelo Velho”, denuncia também essa ocupação pré-romana, que é confirmada arqueologicamente em Miróbriga desde, pelo menos, o século V a. C.
Por sua vez, o radical do topónimo − Miro − tem contribuído para que alguns investigadores associem a “Miróbriga Céltica” ao rio Mira, inclinado-se assim para que a sua localização se situasse em Odemira.
Tratando-se de um oppidum ou povoado fortificado que foi romanizado, a implantação latina de Miróbriga foi condicionada pela pré-existente ocupação e pela teia de relações estabelecida entre as comunidades da Idade do Ferro.
Os habitantes do oppidum stipendiarium de Miróbriga (Plínio, Nat. Hist., IV, 116) dever-se-ão ter entregue a Roma, tornando-se livres, tal como aconteceu a numerosas povoações que se tornaram em “ciuitates stipendiariae”, ficando, contudo, submetidas, como era usual, a vários tipos de imposições e cargas fiscais.
Os habitantes do oppidum stipendiarium de Miróbriga (Plínio, Nat. Hist., IV, 116) dever-se-ão ter entregue a Roma, tornando-se livres, tal como aconteceu a numerosas povoações que se tornaram em “ciuitates stipendiariae”, ficando, contudo, submetidas, como era usual, a vários tipos de imposições e cargas fiscais.