domingo, 25 de novembro de 2012

LEIRIA REVISITADA POR MIM


Continuando o meu passeio por LEIRIA encontrei as ESCADAS DE ARTUR LOBO DE CAMPOS

Artur Lobo de Campos, oficial do exército, natural de Leiria, escreveria sobre aquele seu conterrâneo, nomeadamente em A poesia de Affonso Lopes Vieira (1922).


Retiro a seguinte mensagem de Afonso Lopes Vieira ao amigo, datada de 10 de Junho de 1911: "Recebida e estimada a sua epístola. Temos passado dias deliciosos, fazendo um mundozinho na solidão, e nem o tempo (q. já mudou) conseguiu prender-nos ou aborrecer-nos. Escrevo-lhe ao serão, depois d'um dia de larga excursão em carro de bois. O R. L. tem gostado imenso, assim como a Senhora, q. é uma excursionista admirável, andando léguas sem cansaço. E prontos para esta vida de Pinhal e de Varanda, com a melhor disposição. São encantadores. Vamos no dia 14 pª as Cortes e no dia 18 devemos estar em Lisboa, indo nós talvez pª Sintra, se a Câmara me deixar".



Imagens do CASTELO DE LEIRIA tanto de dia como de noite

É uma das “glórias” de Leiria referidas por Afonso Lopes Vieira, e um dos locais sempre revisitados
por Acácio de Paiva nas suas vistas a Leiria, celebrado igualmente nos seus poemas.
Monumento Nacional e ex-libris da cidade por excelência, é um dos locais “obrigatórios”
de visita para quem quer conhecer a história e a alma de Leiria.
O morro onde se situa o Castelo de Leiria, bem como o seu território, foi conquistado aos muçulmanos,
no segundo quartel do século XII, por D. Afonso Henriques. Assim, a História de Leiria
propriamente dita teve início em 1135. Erguido sobre um penhasco dolerítico,
o castelo concentrou funções militares defensivas, de administração religiosa e de núcleo habitacional.



A Sé de Leiria foi construída em 1559, ao tempo do segundo bispo de Leiria,
D. Frei Gaspar do Casal, e sob a responsabilidade do Arquiteto Afonso Álvares.
As obras ficaram concluídas em 1574, ano em que nasceu o
Poeta Francisco Rodrigues Lobo. Apresentando uma arquitetura algo severa,
de estilo maneirista e barroco, este imponente templo filia-se
nas igrejas-de-salão como as sés de Portalegre e Miranda do Douro.
A personagem de Eça de Queiroz, o Padre Amaro era o seu pároco
e queixava-se do seu estilo frio e jesuítico.
O Poeta Acácio de Paiva foi aqui batizado, brincou quando criança
no adro e celebrou na Sé o seu casamento com D. Constança Correia.



um edifício de esquina onde se vê escrita a palavra Farmácia, no modo antigo
e
uma das ruelas do centro histórico, bem iluminada na noite que lá passei


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

"CASA DO ARCO" foi projectada por ERNESTO KORRODI


Esta foi a primeira imagem que tive da "CASA DO ARCO" assim que entrei na Rua Afonso de Albuquerque, já noite, quando procurava um lugar onde jantar.
Pensei:
Logo pela manhã virei vê-la com outros olhos e outra luz e assim fiz...
Na foto abaixo vemos o pormenor de uma das colunas que suportam toda a base do arco.




A CASA DO ARCO É UM EDIFÍCIO DO CENTRO HISTÓRICO DA CIDADE DE LEIRIA.


A casa do arco foi projectada por Ernesto Korrodi para aumentar a área habitacional dos dois edifícios que liga. Os arcos são uma tradição arquitectónica antiga de Leiria, pelo que por todo o centro histórico podemos ver várias aplicações dos arcos - contam-se 6 arcos, com 1 ou mesmo 2 andares.
Mesmo assim este será o único construído com Arte Nova, como se pode ver com os azulejos, os vidros e a galeria envidraçada, inspirada no Castelo de Leiria.

Nesse local existiu o HOSPITAL e Casa da Misericórdia.
Ao lado ficava a Judiaria, pelo que era essa a rua que dava aos banhos públicos hebraicos.
NOTA:
Sinto-me uma privilegiada por ter andado numa rua que faz parte da nossa história,
quem diria?
Banhos públicos hebraicos...






Na imagem acima podemos ver a inscrição 1913
Na imagem abaixo o número da porta 14 (esta é a entrada da casa)




“O edifício tem um significado muito grande na cidade porque era parte do antigo hospital da Misericórdia, que funcionou até ao século XIX”.


“No início do século XX, Ernesto Korrodi vai fazer uma intervenção muito grande em todo aquele quarteirão”, incluindo o atual número 14, a Casa do Arco, reconstruída em 1912 com o objetivo principal de ampliar a área de habitação.

No âmbito da sua tese de mestrado, Genoveva Oliveira criou a Rota de Arquitetura Korrodi, que contempla, justamente, a Casa do Arco.

“As pessoas associam-na muito ao Korrodi. É importante porque faz a ligação à área da Sé, onde ele viveu depois de casar”, diz a historiadora, simpatizando com a pintura mistério – uma forma “muito original e curiosa” de reviver a memória do arquiteto suíço, que faleceu em 1944, após concluir o principal estudo de reabilitação do Castelo de Leiria.



Casa do Arco vista da varanda do hotel onde eu estava hospedada.
Na foto abaixo uma imagem de ERNESTO KORRODI que está afixada na parede da casa, com inscrição da data de nascimento e do ano da sua morte (1944).