domingo, 18 de março de 2012

MIRÓBRIGA - ESTAÇÃO ARQUEOLÓGICA

Miróbriga fica situada no Baixo Alentejo Litoral, no distrito de Setúbal, nas proximidades da cidade de Santiago do Cacém, sede do concelho com o mesmo nome.
O acesso a Miróbriga faz-se pela Estrada Nacional 120 que, de Santiago do Cacém, sai em direcção a Grândola/Lisboa.

A cerca de 500 m de Santiago, existe um ramal que se encontra sinalizado, de onde parte para a esquerda um segundo, igualmente sinalizado, no fim do qual se depara com a actual entrada do Sítio Arqueológico.

Quem, a partir daí, deseje dirigir-se ao hipódromo, deverá virar à esquerda até atingir, a cerca de 300m, a Estrada Nacional 261, que liga Santiago do Cacém a S. Domingos. Voltando novamente à esquerda, e percorrendo cerca de 200 m, encontrá-lo-á do lado esquerdo da estrada.
As ruínas de Miróbriga possuem guardaria e Centro Interpretativo e encontram-se abertas todos os dias à excepção de segundas-feiras e feriados principais.
Nas primeiras 3 fotos (de minha autoria) vê-se o

CENTRO INTERPRETATIVO DE MIRÓBRIGA




Alguns dos materiais arqueológicos provenientes de várias escavações efectuadas neste Sítio encontram-se expostos no Museu Municipal de Santiago do Cacém e no Centro Interpretativo de Miróbriga.

À entrada do Sítio Arqueológico pode ver-se a CAPELA DE S. BRÁS, pequeno templo seiscentista, que foi edificado sobre ruínas da antiga cidade de Miróbriga.






As ruínas de Miróbriga são conhecidas desde o século XVI, quando foram referidas pelo Humanista André de Resende que, retomando as referências do autor latino Plínio, cita uma povoação outrora chamada Merobrica, na sua obra De Antiquitatibus Lusitaniae, lib. 4, publicado em 1597.

A existência de vestígios que descreveu como tratando-se de muralhas cercadas com torres, de um aqueduto, de uma ponte e de uma fonte correndo de uma pedra quadrada, fizeram-no concluir da existência de uma “antiga cidade”.


O escritor romano Plínio tinha-se efectivamente referido a uma Merobrica entre as povoações costeiras dignas de nota, localizadas entre o Tejo e o Algarve, e aos oppida Stipendiariorum entre os quais nomeou os Mirobrigenses qui Celtici cognominantur (Plínio, N.H. 4,116).
No entanto, a correspondência entre essa povoação e o local que agora descrevemos é difícil de comprovar até ao presente, porque, apesar de terem aparecido várias inscrições, algumas delas levantam algumas dúvidas quanto à sua autenticidade, como é o caso da encontrada na região de Santiago do Cacém, de Gaio Pórcio Severo, um Mirobrigensis celticus.



No entanto, até que novos dados venham decididamente provar o contrário optamos por continuar a designar este local como Miróbriga.
Miróbriga foi objecto de várias campanhas de escavação desde o século XIX promovidas por D. Frei Manuel do Cenáculo, bispo de Beja e, posteriormente, arcebispo de Évora, tendo sido integrados os materiais arqueológicos na sua colecção.

Durante a presente centúria, foram efectuados inúmeros trabalhos arqueológicos, entre os quais os dirigidos por Cruz e Silva, investigador natural de Santiago do Cacém, entre 1922 e 1948, e pelo Professor D. Fernando de Almeida, entre 1959 e 1978.



Miróbriga representa um dos mais marcantes vestígios da ocupação dos romanos no Sudoeste de Portugal.

Foi classificada de Imóvel de Interesse Público, em 1940.
A cidade romana estende-se por mais de 2 km, apresentando ruínas de edifícios de habitação, ruas pavimentadas, um
hipódromo, termas, uma ponte e um fórum.


O Fórum de Miróbriga encontra-se localizado numa zona chamada de "Castelo Velho", o
topónimo de castelo, no sul indica inúmeras vezes ocupação pré-romana.

É o caso de Mirobriga.

Foi ocupada já desde a Idade do Bronze, e do Ferro onde beneficiou das trocas comerciais púnicas no século IV a.C.


O GRUPO seguia atentamente todas as informações dadas pelo Guia da visita


Saímos de SETÚBAL em direcção a Santiago do Cacém e a 1ª paragem foi em MIRÓBRIGA que tem como principal marca a ocupação romana.


No topo de uma colina situada mais para leste, existiu uma importante cidade romana: Miróbriga.


As ruínas estendem-se por uma área de 2 km2 e apresentam restos de ruas calcetadas, lojas, um hipódromo, termas, e, como em qualquer cidade imperial, o fórum e o templo.

A cidade romana terá sido construída sobre um povoado anterior de finais da Idade do Bronze.

Miróbriga terá atingido o seu apogeu entre os séculos I e IV, tendo a partir daí entrado em decadência. São bem visíveis e facilmente identificáveis os edifícios das termas (com banhos quentes e frios), bem como o coração da cidade, o espaço sobreelevado onde se situavam o templo (provavelmente dedicado ao culto imperial) e o fórum.



21 comentários:

rosa-branca disse...

Olá amiga, existem tantas coisas belas neste nosso Portugal que desconhecemos completamente. Nunca tinha ouvido falar de tal. Obrigada pela partilha. As suas fotos estão maravilhosas. Beijos com carinho

tulipa disse...

Na década de oitenta lançou-se um projecto de cooperação internacional,
“The Mirobriga Project”, coordenado por arqueólogos das Universidades de Missouri-Columbia e Arizona e de Portugal − David Soren, William Biers,
Albert Leonard Jr., Kathleen W. Slane, José Olívio Caeiro e Carlos Tavares da Silva.

No decurso desse projecto foram estudadas em pormenor várias zonas − forum, termas, zona habitacional, hipódromo − e fez-se um primeiro levantamento topográfico de toda a área arqueológica.

Os trabalhos aí efectuados foram objecto de uma publicação detalhada − Mirobriga, BAR, International Series 451, Oxford.

Desde há alguns anos o IPPAR vinha desenvolvendo em Miróbriga um «Programa de Valorização», tendo promovido inúmeras acções que têm em vista a sua investigação, conservação, restauro e divulgação.

Actualmente as ruínas de Miróbriga estão afectas à Direcção Regional de Cultura do Alentejo

Miróbriga fica situada no Sudoeste Alentejano, no limite de uma faixa acidentada que se desenvolve a Este, constituída pelos contrafortes da SERRA DE GRÂNDOLA e do CERCAL, de que a colina onde se situa o oppidum,
ou povoado fortificado da Idade do Ferro posteriormente romanizado, se pode considerar a retaguarda.

tulipa disse...

SIM
ROSA BRANCA

há muitos portugueses que nem devem saber da sua existência...
mas eu cada dia que passa, mais vontade tenho de ir à descoberta do que existe neste Portugal.

Esta é a função principal do meu blog: PARTILHAR com todos,
os lugares que vou descobrindo.

Beijos com carinho.

tulipa disse...

A Oeste, desenvolve-se uma faixa costeira, plana até ao mar.

Região húmida, dada a proximidade do Oceano, pode considerar-se como uma zona muito fértil do ponto de vista agrícola,
permitindo também o desenvolvimento da fruticultura, comprovada arqueologicamente em Miróbriga desde a ocupação romana.

Hoje reduzida no Sudoeste alentejano, a produção de azeite bem como a vinícola parece ter sido também abundante no período romano, tendo-se mantido durante a Idade Média e a Época Moderna.

Embora sejam apenas conhecidos alguns vestígios de casas agrícolas na área circundante a Miróbriga, em Alvalade do Sado,
a aproximadamente 20 km,
conhecem-se várias dessas explorações, as uillae, que deveriam pertencer a um conjunto mais vasto de pólos de exploração agro-pecuária, em íntima relação com a grande bacia hidrográfica do Sado.

A teia de relações entre Miróbriga e Sines, a Oeste;
entre Miróbriga e as povoações a Norte (Salacia, Caetobriga?); entre Miróbriga e o Sul
(Ilha do Pessegueiro, Porto Covo, Vila Nova de Milfontes e Odemira) e ainda entre Miróbriga e as zonas do interior, deveria ter-se fortalecido com a dominação latina.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Por vezes as pessoas vão para fora, quando no nosso País há coisas tão belas...adorei, não conheço.


Um beijinho com carinho
Sonhadora

Luis Miguel Inês disse...

Amiga aqui deixo uma pequena mensagem pela minha passagem aqui, começando por felicitar-te pelo excelente trabalho apresentado.Não sabia da existência disto. Obrigado pela partilha.
Sou efectivamente de Cacela ,vivo em Oeiras, obrigado pelo comentário e visita no meu blogue, o link certo é: http://luismiguelines.blogspot.com o outro devido a um erro meu deu problemas.
Mais uma vez obrigado.
Beijinhos

Manuel Luis disse...

A 27 anos, passei numa rápida visita mas nada que se pareça com o que mostras agora.
Portugal é lindo, percorra-o nas calmas.
Beijo

Catarina disse...

Mais um local que fiquei a conhecer. Obrigada. : )

Zé Povinho disse...

Foi agradável rever o que conheço há já alguns anos e que merece bem o relevo dado aqui neste espaço. Amanhã também eu falarei de Cultura e de Arqueologia, ainda que dando um retrato mais triste.
Abraço do Zé

saltapocinhas disse...

olá
obrigada pelas explicações que deixaste no meu blog.
esta também não conheço "pessoalmente", apenas conheço de nome.

Lilá(s) disse...

Também conheço bem. Boa reportagem!
Bjs

mfc disse...

Uma passagem obrigatória, graças a ti, que farei quando for para sul.
Não me esquecerei, podes ter a certeza!
Beijinhos.

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Não conhecia de todo, mas o interesse ficou aumentado com o alargado, muito bem documentado e ilustrado texto.

Obrigada

Beijo

Nothingandall disse...

Querida amiga: venho agradecer a visita e comentário e retribuir os votos de uma excelente semana. Fiquei a conhecer um pouco de Miróbriga :). Vida difícil por cá: hoje Dia do Pai com os filhos à minha espera para jantar tive de trabalhar! Sorte minha vê lá... muitos não puderam festejar, mas porque estão desempregados :(

Nothingandall disse...

PS: O tive de trabalhar tem de ser interpretado em termos de «ter de fazer serão» ou seja horas extraordinárias- Enfim, seja por boa causa... uma boa semana, cheia de sorrisos, flores e ...poesia (valha-nos esta para manter o equilíbrio mental)!

Nilson Barcelli disse...

Nunca tinha ouvido falar de Miróbriga. Sempre que vir alguma coisa ou lá for, vou-me lembrar de ti.
Beijos, querida amiga.

Dulce disse...

uma autentica lição de historia que se apreende de forma muito agradavel, muitos parabens por mais este magnifico trabalho, bjitos.

Evanir disse...

O Poeta é um fingidor,
finge tão completamente que chega a
fingir que é dor a dor que deveras sente .
*Fernando Pessoa*
Um Feliz Dia Internacional Da Poesia
Creio Que Existe Em Todos Nos Um
Cantinho De Poetar No Coração.
Mais Esse Dom Não Foi Dado
A Todos.
Um Abraço Carinhoso Pelo
Dia Internacional Do Poeta.
De Um Dia Tão Importante Para Todos Nos.
Tem Um Mimo Na Postagem .
Caso Gostar Foi Feito Com
Muito Carinho.
Beijos e Beijos.
Evanir.

Graça Pereira disse...

Graças a ti vou conhecendo um Portugal desconhecido para mim, através das tuas belas crónicas!
Jornalismo autêntico.
Parabéns e um beijo
Graça

poetaeusou . . . disse...

*
belo post,
um marco das
minhas memórias
,
parabens,
*

AIB FUNDING. disse...

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