sábado, 26 de setembro de 2015

A FAMÍLIA BÉLIER


Nem só de passeios com os netos tenho "Momentos Perfeitos" 

Adoro cinema e estava a precisar de ver um bom filme...


Título original: La famille Bélier
De: Éric Lartigau
Com: Karin Viard, François Damiens, Eric Elmosnino
Género: Comédia Dramática - BEL/FRA, 2014, Cores, 106 min.
Todos os elementos da família Bélier sofrem de surdez, excepto Paula, 
a filha adolescente. Desde pequena que se habituou a ser porta-voz 
de cada um deles, fazendo a ponte de comunicação com o resto do mundo. 
A vida deles é simples e feliz. 
Graças à ajuda de Paula, a sua surdez nunca foi incapacitante. 
Mas tudo muda quando o professor de música de Paula descobre 
o seu enorme talento para cantar e a incita a participar num prestigiado 
concurso em Paris (França). Para uma adolescente comum, 
tudo seria relativamente simples mas, para Paula, esta decisão 
implica deixar a família entregue a si mesma. 
Sentindo-se dividida entre aquilo que considera ser o seu dever 
e o que deseja para si, Paula tem de tomar a difícil decisão 
de se manter por perto o resto da vida 
ou caminhar em direcção aos seus sonhos…



Fui ver o filme porque achei o argumento muito interessante e original. 
Também foi recomendado pelo meu "Afilhado"!
Gostei do filme, embora se trate de um filme simples, 
é um filme bem realizado, com boas interpretações, que nos transmite 
uma mensagem de amor filiar e que ainda nos dá algumas partes cómicas. 
Vejo pouco cinema francês!
"Família Bélier" é um filme de deixar as pessoas na sala sentadas 
quando o filme acaba, ainda no escuro, para que ninguém veja 
as lágrimas que rolaram naturalmente, porque comove.
É um filme onde se canta sem ser um musical, 
onde se fala de dramas familiares de gente a crescer a quem 
competem tarefas de gente muito crescida, 
onde uma rapariga decide dar o salto quando se torna numa mulher 
por inteiro (e nunca se é uma mulher por inteiro sem se espetar primeiro 
um estalo a sério num puto bonito de língua comprida); 
onde se fala de política, de comunidade e da falta dela 
e do que se pede e não se pede a um candidato surdo-mudo; 
 onde uma mulher aprende a importância de ser teimosa, 
como o carneiro/bélier que leva no nome e se repete a si mesma, 
vezes sem conta, até se ouvir. 

Uma chamada de atenção para os fisicamente limitados, 
muito enternecedora, 
com algumas cenas cómicas e com uma actriz/cantora fabulosa.
Em “A Família Bélier” temos então a jovem Paula (Louane Emera). 
Uma adolescente que se divide entre a escola, o trabalho na fazenda, 
o gerenciar preços de compra e venda desse negócio familiar 
e além de ajudar a família na feiras de produtores… 
Sem quase tempo de sobra, correndo de um lado para outro… 
Tem nos seus breves momentos de lazer, o conversar com a única amiga, 
Mathilde (Roxane Duran), e que esta está sempre levantando 
o astral “cansado” da Paula. Pois é! Com tantas actividades diárias, 
Paula nem tem tempo para os “dramas” tão comuns na adolescência.
Mas eis que nesse novo ano lectivo para balançar o coração dessa jovem, 
surge um belo príncipe, Gabriel  (Ilian Bergala)… 
É Cinema Francês! 
Logo sem nenhuma pressa em contar uma história. 



De uma adolescente que a vida a levou a amadurecer antes do tempo. 

Tendo como bagagem o talento recém descoberto. Ficar, seguir… 

Tendo apenas a certeza de que sempre terá um ninho para voltar. 

Até porque ela nunca deixará de amá-los. 

E mesmo sendo uma "comédia", foi difícil evitar as lágrimas 

em alguns momentos: um deles da Paula “cantando” para o pai…

Visto por mais de sete milhões de espectadores em França, 

o filme teve seis nomeações para os Césares e deu a Louane Emera, 

a jovem que interpreta a personagem principal, 

o prémio de Actriz Revelação.